Andre Molero

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Hoje vivemos em um mundo em que o trabalho remoto se tornou realidade e difundido. Muitos deixar de abrir a camera.

Trabalhamos todos os dias juntos, e em muitos casos nunca vimos nossos colegas pessoalmente.

Pode até acontecer de passar por um colega de trabalho na rua e  não reconhecer a pessoa. 

Pense como você se sente em relação a isso?

Mas durante o dia a dia ainda há resistência para “abrir a câmera” e os motivos são vários: “Porque tenho vergonha”, “Estou descabelado”, “Porque a casa está desarrumada” e outros porquês.

Gostaria de trazer um experimento científico para incentivar a mudança de comportamento.

Yehonatan Turner, médico radiologista, teve a ideia de fazer um experimento científico para os colegas trabalharem com mais prazer e habilidade. 

Para você entender como eles trabalham, os radiologistas não encontram seus pacientes e apenas lêem os exames de imagem.

Em 300 (trezentos) exames de tomografia computadorizada, Yehonatan solicitou aos pacientes fotos e anexou junto aos exames. Com um grupo de radiologistas que não sabiam que estavam passando por esse experimento, foi enviado em suas telas junto à tomografia, a foto das pessoas que estavam sendo examinadas. Com a apresentação do laudo, o radiologista respondia a um questionário, e todos relataram “sentir mais empatia depois de ver a foto do paciente” e “ser mais meticuloso na forma como examinavam a imagem”. 

Uma coisa que ajuda a diferenciar um radiologista mediano de um excelente radiologista é encontrar achados incidentais. 

(O que são achados incidentais? Durante um estudo clínico, o pesquisador pode notar alguma coisa que não estava procurando. Isso chama-se um “achado incidental.”

Esses achados inesperados não estão diretamente relacionados ao estudo. No entanto, podem indicar alguma informação importante sobre a saúde do paciente. Referência no rodapé.). Nesses 300 (trezentos) exames foram encontrados 81 (oitenta e um) achados incidentais.

Após 3 (três) meses foram apresentados os mesmo exames para o mesmo grupo de radiologistas, mas dessa vez sem fotos dos pacientes e sem eles saberem que já haviam examinado aquelas imagens. Foram encontrados 30% (trinta) menos casos de achados incidentais. 

Quando olhamos rostos temos mais empatia e nossos níveis de ocitocina crescem, somos mais felizes, alivia o estresse, melhora o sono, promove generosidade e outros benefícios. Apenas por incluir a foto das pessoas, mudou a empatia, capacidade dos médicos radiologistas e pode ter salvado vidas.

O fato de você abrir a camera vai ajudar seus amigos e isso fomentará que outros também façam.

Para nós trabalhadores remotos, mudará nosso dia a dia de trabalho, nossas relações com os colegas, criará mais empatia e habilidades.  

Quando estiver por aí com a câmera desligada lembre-se que há outra pessoa junto com você trabalhando e isso vai melhorar a relação entre vocês, sua conexão e habilidades de trabalho.  Pense em abrir a camera e ser o exemplo.

Referências. 

Pink, Daniel H.. Vender é humano (p. 220). Sextante.

https://emais.estadao.com.br/blogs/viva-mais-e-melhor/uma-foto-uma-vida/

https://catalyst.harvard.edu/wpcontent/uploads/regulatory/IncidentalFindings_Portuguese_LowResolution.pdf

Realizo um trabalho de mentoria para pessoas interessadas em método ágeis.

Alem de workshops e consultoria.

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