O termo “Scrum Zumbi” é amplamente reconhecido, mas agora gostaria de introduzir o conceito de “Story Point Zumbi”.
É essencialmente fazer estimativas sem propósito real. Para compreender melhor essa ideia, vamos mergulhar um pouco na história do Story Point.
As estimativas em Story Points começaram com a noção de “DIAS IDEAIS” proposta por Ron Jeffries, o criador do conceito. Com o tempo, essa abordagem evoluiu para incluir a realidade dos “DIAS REAIS”, uma vez que, na prática, invariavelmente surgem imprevistos e desafios que afetam as estimativas de tempo. Explicar aos gestores que um dia estimado muitas vezes resulta em mais dias reais tornou-se uma tarefa complexa. Foi aí que os Story Points entraram em cena.
É crucial lembrar que Story Points não são estimativas de tempo; são estimativas da complexidade das histórias ou tarefas em uma equipe. Eles servem como uma ferramenta de discussão, capacitando as pessoas a aprofundarem seu entendimento sobre os itens no Sprint Backlog. O objetivo é evitar a mentalidade de rebanho, em que as tarefas são realizadas de forma automática, sem considerar os valores do Scrum, como Coragem, Foco, Comprometimento, Respeito e Abertura.
Arie Van Bennekum, no Agile Brazil 2023, destacou que as mudanças são inevitáveis.
Nesse contexto, buscar estimativas precisas é, muitas vezes, um desperdício de tempo e esforço mental. Portanto, concluímos que estimar em Story Points contribui para o desenvolvimento da equipe tanto quanto as entregas, o conhecimento e o valor proporcionado.

Comparar Story Points com estimativas com horas é importante, uma vez que, fora de horas extras, o trabalho semanal é limitado a cerca de 40 horas. Story Point é fundamental para medir a evolução da equipe Scrum. É interessante notar que algumas teorias de administração sugerem que horas extras podem ser um sinal de incompetência ou falha.
Agora, vamos explorar o conceito de “Story Point Zumbi”. Isso ocorre quando as estimativas são feitas sem propósito real, apenas para agradar alguém que não faz parte da equipe.
Isso resulta em estimativas que não fazem sentido e não levam a conclusões úteis. O “Story Point Zumbi” também se manifesta quando membros da equipe seguem cegamente o especialista, sem questionar, ou quando o compromisso com a entrega é substituído pelo compromisso com o salário no final do mês.
Esse fenômeno persiste quando o “HIPO” (pessoa de opinião mais alta) está presente na sala e as dúvidas não são levantadas. Em última análise, o “Zumbi” se alimenta da falta de discussão real e da simples aceitação do que o especialista diz.
Para verificar se você está praticando o “Story Point Zumbi”, faça o seguinte teste:
Responda o questionário com SIM ou NÃO.
Uma pessoa técnica dá uma pontuação em voz alta, e todos aceitam sem questionar: SIM / NÃO
1 – Quando todos concordam com uma resposta diferente do especialista ou membro mais experiente, e a pontuação é alterada para coincidir com a dele: SIM / NÃO
2 – Existem pessoas na equipe que não fazem estimativas, pois não são responsáveis pela atividade: SIM / NÃO
3 – O time não se preocupa se conseguirá concluir as atividades no Sprint: SIM / NÃO
4- A mais de três Sprints sem uma régua de pontuação confiável e bem-sucedida: SIM / NÃO
5 – O Sprint falhou e a equipe não se preocupa em ajustar suas estimativas: SIM / NÃO
6 – Há falha no Sprint e o time não procura ajuda para fazer melhorias: SIM / NÃO
7 – A equipe deixa de considerar o “Definition of Ready” (DOR) durante o planejamento: SIM / NÃO
8 – Durante a planning existem relacionamento de Story Points com horas: SIM / NÃO
9 – Não existe quebras histórias há muito tempo: SIM / NÃO
Se você respondeu SIM a alguma das perguntas, é possível que sua equipe esteja praticando o “Story Point Zumbi”.
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