A técnica de estimativa utilizando Story Point é frequentemente mal compreendida e muitas vezes maltratada. Apesar disso, ela permanece uma das ferramentas mais poderosas para promover discussões significativas em equipes ágeis. Contudo, é comum ouvir críticas, especialmente de adeptos do Kanban, que defendem que devemos abandonar essa prática. Alguns gestores, ainda apegados às estimativas baseadas em horas, reforçam essa resistência, o que gera polêmica entre os profissionais.
No entanto, o verdadeiro valor dos Story Points vai muito além de simplesmente medir esforço. O principal problema que eles resolvem é na verdade, fomentar a comunicação entre os membros da equipe. Em times onde a comunicação é limitada e a compreensão dos requisitos é insuficiente, a estimativa por Story Points traz à tona discussões importantes sobre riscos, clareza de escopo e complexidade das tarefas. Esses pontos são essenciais para o sucesso do planejamento e execução de projetos ágeis.
Não é meu objetivo ficar explicando por que explicar fibonacci ou por que não tem médias.
O Verdadeiro Propósito dos Story Points
A estimativa por Story Points tem como principal função gerar discussão e promover discordâncias. E é exatamente essa divergência de opiniões que faz com que a técnica seja tão valiosa. Não se trata de todas as pessoas concordarem em um número, mas discutirem o porquê de suas visões serem diferentes. Quando os membros da equipe apresentam estimativas discrepantes, esse é o momento em que surgem insights valiosos sobre possíveis riscos, complexidade técnica ou até mesmo sobre aspectos que não foram considerados anteriormente.
Criar um ambiente seguro, querer fazer reuniões de planejamento CORRENDO ou com pessoas que ficam com julgamento só trabalham. É essencial que as pessoas se sintam confortáveis para expressar suas dúvidas e preocupações. A coragem de dizer “não entendi” ou “isso vai dar errado” pode evitar grandes problemas futuros. Quanto mais essas discussões acontecerem, mais claras se tornam as tarefas, e a equipe começa a criar um entendimento coletivo mais profundo sobre o trabalho a ser realizado.
A Importância da Divergência
Um dos maiores benefícios da estimativa por Story Points é justamente quando os números variam entre os membros da equipe. A divergência entre estimativas estimula conversas mais profundas e promove um entendimento mais detalhado do que precisa ser feito. Se todos concordam rapidamente sobre o valor de uma tarefa, pode ser um sinal de que a equipe não está discutindo a fundo os desafios e riscos envolvidos.
Além disso, Story Points não devem ser usados apenas pelas pessoas que vão executar a tarefa. Ao envolver a equipe inteira no processo de estimativa, mesmo aqueles que não estão diretamente envolvidos com a execução podem fazer perguntas que levantem riscos e desafios não percebidos antes. Isso ajuda a refinar o entendimento do trabalho e, muitas vezes, permite que a equipe encontre maneiras mais simples ou inovadoras de resolver o problema.
Discussão Rica, Resultados Mais Ágeis
A discussão gerada pela estimativa com Story Points ajuda a equipe a antecipar problemas e a pensar em soluções antes mesmo de iniciar o desenvolvimento. Essa troca de ideias aumenta a qualidade das entregas, pois todos os envolvidos têm uma compreensão mais clara das expectativas e desafios. À medida que essas discussões ocorrem, o time também começa a exigir uma melhor elaboração dos itens de backlog, elevando a qualidade dos requisitos desde o início.
Outro ponto importante é que, ao discutir os Story Points, a equipe naturalmente melhora sua compreensão das regras de negócio e do impacto de cada decisão. Essa visão mais profunda ajuda a equipe a criar soluções mais eficientes e adequadas às necessidades do projeto. Além disso, ao revisar diferentes estimativas, o time pode identificar se uma solução é mais simples ou complexa do que inicialmente imaginado, promovendo ajustes no planejamento.
Story Points: Muito Além da Estimativa
Embora o nome “Story Points” sugira que se trata apenas de uma métrica de estimativa, na realidade, eles são uma ferramenta para promover o empirismo e a melhoria contínua dentro da equipe. Ao longo de vários Sprints, o time pode medir seu progresso e identificar padrões de melhoria. Esse processo ajuda a equipe a otimizar seu fluxo de trabalho, refinando tanto as pontuações atribuídas quanto os próprios itens de backlog.
Através do uso consistente de Story Points, a equipe pode calcular seu velocity – a média de Story Points entregues por Sprint – e usar essa métrica para prever entregas futuras com maior precisão. É importante lembrar que o velocity não é um fim em si mesmo, mas uma ferramenta para apoiar o planejamento e a melhoria contínua do processo.
Indicadores Confiáveis e Melhoria Contínua
Para que o uso de Story Points seja eficaz como indicador, é necessário um planejamento constante e iterativo. A equipe deve monitorar seu progresso ao longo de vários Sprints e ajustar suas estimativas conforme necessário. Isso permite que a equipe refine seu processo, melhore a qualidade das entregas e aumente a previsibilidade do projeto.
Quando usado corretamente, os Story Points permitem que as equipes se concentrem menos em estimar tempo e mais em discutir as complexidades envolvidas no trabalho. Eles promovem uma cultura de comunicação aberta, aprendizado contínuo e colaboração, elementos essenciais para o sucesso em ambientes ágeis.
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