A Daily Meeting deveria ser simples, rápida, focada, colaborativa e decisiva para evolução do time. No entanto, para a maioria das equipes, ela se transformou em um ritual burocrático, lento e de baixo valor. O principal culpado? A prática de chamar “pessoa por pessoa”.
Vamos analisar por que essa abordagem é tão contraproducente.
O Jeito Errado: A “Chamada Oral” de Status (A Burocratização do Ritual)
Nesse modelo, o facilitador atua como um professor, chamando cada membro do time, um por um, para responder às três perguntas clássicas: “O que você fez ontem? O que vai fazer hoje? Tem algum impedimento?”.
Isso parece organizado, mas na prática, é uma péssima ideia. Veja por quê:
Cria “Zumbis de Reunião”: O efeito é imediato. Quando o “Fulano” está falando, o resto do time desliga. As pessoas entram em modo de espera, ensaiando mentalmente o que vão dizer, e só voltam a prestar atenção quando seu nome é chamado. O engajamento é zero.
Foco no Indivíduo, Não no Fluxo de Valor: A conversa se torna sobre as tarefas individuais de cada um, e não sobre o objetivo da Sprint. A pergunta implícita é “Você está trabalhando?”, em vez de “Nós, como time, estamos avançando em direção à nossa meta?”.
Reforça a Hierarquia Errada: O facilitador se torna um “checador de status”, e o time reporta a ele. Isso destrói a autonomia e a auto-organização. A Daily não é uma reunião para o líder, é uma reunião para o time. Ao chamar um por um, você reforça a ideia de que eles devem satisfações a você, e não uns aos outros.
Esconde os Verdadeiros Problemas: Esse formato incentiva respostas rápidas e superficiais. Dificilmente um impedimento complexo, que exige a ajuda de 2 ou 3 pessoas, será levantado nesse modelo, pois o foco é individual. A colaboração para resolver bloqueios morre.
É Ineficiente e Drena Energia: Uma reunião que deveria levar 10 minutos se arrasta por 20 ou 25, com a maior parte do tempo gasta em monólogos que não interessam a todos. A equipe sai da Daily com menos energia do que entrou.
O Jeito Certo: “Caminhar pelo Quadro” (Foco no Fluxo)
A alternativa produtiva é mudar o foco das pessoas para o trabalho. Em vez de perguntar “Fulano, e você?”, o facilitador vai até o quadro (Kanban ou Scrum Board) e pergunta sobre as tarefas.
Como funciona na prática:
Comece Pela Direita: A conversa começa pelas tarefas que estão mais próximas de serem concluídas (a coluna mais à direita do quadro, antes de “Done”).
Pergunte Sobre a TAREFA: O facilitador aponta para um card e pergunta ao time: “Pessoal, o que falta para esta tarefa avançar para a próxima coluna?”.
A Colaboração se Torna Obrigatória: Quem estiver trabalhando na tarefa irá responder. Se houver um impedimento, a pergunta seguinte é: “Quem aqui pode ajudar a resolver isso agora?”. A responsabilidade de mover o card é do time, não de uma pessoa.
O Papel do Facilitador Muda: Você deixa de ser o “checador de status” e se torna o “guardião do fluxo”. Sua função é garantir que o trabalho esteja fluindo e remover os impedimentos que o time não consegue resolver sozinho.
Resultado: A Daily se torna uma conversa estratégica, rápida e energizante. O foco está em resolver problemas e mover o trabalho adiante, e o time sai da reunião alinhado e pronto para colaborar.
Dica do Curso Facilitação na Prática: Isso é um reflexo direto do Modelamento Comportamental (Módulo 1) e da construção de um Ambiente Seguro (Módulo 5), onde o foco é no problema, e não na pessoa.
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