A eficiência operacional é fundamental para o sucesso de qualquer empresa, ainda mais quando falamos de agilidade. É o caminho para obter o máximo de resultados com o mínimo de recursos, e envolve otimizar processos, aprender com as falhas, reduzir desperdícios e aumentar a produtividade. No entanto, antes de implementar melhorias, é crucial diagnosticar com precisão a eficiência atual da empresa. Esse diagnóstico funciona como um raio-X dos processos organizacionais, revelando gargalos e oportunidades de melhoria que, quando abordadas, podem levar a resultados mais rápidos e consistentes.
O Diagnóstico da Eficiência Operacional como Primeira Etapa
O primeiro passo para alcançar a eficiência operacional é o diagnóstico, uma análise detalhada de como os processos da empresa estão funcionando. Sem esse exame inicial, qualquer tentativa de melhoria será como uma viagem sem mapa: você pode até estar se movendo, mas não saberá se está indo na direção certa.
Diagnosticar a eficiência operacional em ambientes ágeis não é apenas observar as métricas tradicionais de produtividade, mas entender como as equipes estão trabalhando, como os recursos estão sendo alocados, e onde os principais gargalos estão localizados. Uma das chaves para esse processo é alinhar a visão de eficiência entre todos os envolvidos no contexto empresarial.
O Que é Eficiência?
Antes de iniciar qualquer diagnóstico, é fundamental definir o que a empresa entende por “eficiência”. A eficiência pode ter significados diferentes dependendo do contexto em que está inserida. Vou usar um exemplo clássico para ilustrar essa questão: a fábula da lebre e da tartaruga.
A lebre é claramente mais veloz que a tartaruga. No entanto, se olharmos para o resultado final, quem vence a corrida é a tartaruga. Se focarmos em indicadores como a velocidade média ao longo do percurso, a tartaruga acaba sendo mais eficiente, mesmo que a lebre tenha capacidade de correr mais rápido. Este exemplo destaca a importância de deixar claro qual métrica estamos usando para medir eficiência. A lebre pode ser mais rápida em determinados momentos, mas a eficiência da tartaruga foi maior ao longo do tempo, pois manteve um ritmo constante e chegou ao objetivo sem interrupções.
Portanto, a primeira pergunta que qualquer organização precisa responder é: qual é a nossa definição de eficiência?
Se a visão de eficiência não for alinhada entre todos os membros da equipe e stakeholders, o diagnóstico se torna confuso e as melhorias, ineficazes. Alinhar essa visão permite que todos trabalhem com os mesmos parâmetros e expectativas, evitando mal-entendidos e otimizando o processo de melhoria.
Levantar Dores e Problemas
Com a definição clara do que é eficiência, o próximo passo é identificar as dores e os problemas que estão impactando a operação da empresa. Esse levantamento pode ser feito por meio de entrevistas com as equipes, análise de dados históricos, ou através de retrospectivas regulares (em equipes ágeis, essas cerimônias são essenciais para identificar o que está funcionando bem e o que precisa ser ajustado).
Alguns exemplos de perguntas a serem feitas durante essa fase de levantamento são:
- Onde estão os principais gargalos nos processos?
- Quais são as tarefas que mais consomem tempo?
- Os recursos estão sendo utilizados de forma otimizada?
- As equipes têm clareza sobre suas prioridades e metas?
É comum que, nesse ponto, os problemas estejam escondidos em processos burocráticos, comunicação ineficaz, ou mesmo na falta de clareza sobre as prioridades. Muitas empresas caem na armadilha de tentar resolver problemas sem entender completamente onde estão os gargalos, o que acaba criando mais confusão e desperdício de recursos.
Medir o Nível de Eficiência
Uma vez identificados os problemas, o próximo passo é medir como esses gargalos estão impactando a eficiência da empresa. A mensuração é um dos pontos mais críticos do diagnóstico. Aqui, é essencial alinhar os números e indicadores que irão demonstrar se a empresa está se tornando mais ou menos eficiente ao longo do tempo.
Os números precisam ser contextualizados. Não basta dizer que a empresa tem uma produtividade de X unidades por dia; é preciso comparar essa produtividade com benchmarks do mercado, ou com metas internas estabelecidas. Como mencionei no exemplo da lebre e da tartaruga, o valor numérico em si pode ser confuso se não houver uma comparação clara. No caso da tartaruga, a sua eficiência só faz sentido quando comparada ao objetivo final — e o mesmo acontece com as métricas dentro de uma organização.
Além disso, comparações ajudam o cérebro a entender melhor as informações. Se você apenas apresenta um número isolado, ele pode não fazer sentido para o time. Ao fazer comparações — seja com outros períodos, com benchmarks ou com concorrentes — fica mais fácil identificar onde estão os gaps e como superá-los.
O Perigo de Ser Muito Rígido com o WIP
Em ambientes ágeis, o WIP (Work in Progress) é uma ferramenta útil para gerenciar o fluxo de trabalho, mas ele também pode ser uma armadilha. Se for tratado de maneira muito rígida, o WIP pode fazer com que as equipes se tornem cegas para novas oportunidades. Limitar o número de tarefas em andamento ajuda a manter o foco, mas a flexibilidade também é necessária para que a equipe possa se adaptar a mudanças inesperadas ou identificar áreas que precisam de atenção urgente.
Por isso, no diagnóstico da eficiência operacional, é importante avaliar se as políticas de WIP estão realmente contribuindo para a fluidez do trabalho ou se estão causando bloqueios. O segredo é encontrar o equilíbrio entre manter um fluxo de trabalho controlado e estar aberto a adaptações.
Comparação e Resultados
Após diagnosticar os problemas e medir o impacto, o passo seguinte é comparar os resultados e observar as conquistas dentro do ambiente corporativo. As comparações são fundamentais para observar o progresso e demonstrar os avanços, tanto para a equipe quanto para os gestores.
Comparar os resultados ao longo do tempo permite visualizar de forma clara os efeitos das melhorias implementadas. Isso não só ajuda a validar os ajustes feitos, como também motiva o time ao ver o impacto positivo de seu trabalho.
Conclusão
Diagnosticar a eficiência operacional é o primeiro e mais importante passo para alcançar melhores resultados em ambientes ágeis. O processo começa com a definição clara do que a organização entende por eficiência, seguido de um levantamento das principais dores e problemas. A partir daí, é necessário medir e comparar os resultados, sempre ajustando e otimizando o fluxo de trabalho.
A eficiência, assim como na corrida entre a lebre e a tartaruga, nem sempre é sobre ser o mais rápido, mas sobre ser constante, estratégico e ter clareza sobre os objetivos. Com um diagnóstico preciso, as empresas podem otimizar seus processos, eliminar gargalos e, consequentemente, alcançar resultados melhores e mais sustentáveis.
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